17 de outubro de 2022

Sem nós

Uma das minhas realizações da vida foi o lançamento do meu álbum "Ciclos", como já falamos aqui. O disco apresenta oito canções autorais, que contam histórias inspiradas em emoções e sentimentos vividos em relações amorosas. 

A proposta da ordem do álbum teve o objetivo de apresentar uma sequência musical que representa uma linha emocional escolhida para passear pelas fases da superação, descoberta, esperança, encantamento, desejo, tristeza, fé e renascimento. 

Então gostaria de apresentar as músicas! 

Vou começar por "Sem nós". 

É a primeira faixa do disco e traz uma reflexão sobre permitir-se ser vulnerável e ter coragem de superar a dor. Os arranjos de guitarras e sintetizadores sugerem o som e a movimentação do mar logo na introdução. 

A música fala sobre “abrir o peito” para viver uma relação intensamente e, quando tudo acaba e não há mais a representação do nós, o momento é de lidar com a dor, aceitar o fim e se desfazer dos nós. A canção representa a fase da superação. 

Essa música ganhou um videoclipe com uma linguagem contemporânea, delicada e, ao mesmo tempo, estranha, com imagens sobrepostas e aéreas feitas por drone. 

Assistam logo aí! 

Se puderem, inscrevam-se no canal do Youtube 😉




3 de outubro de 2022

Meu primeiro álbum da vida

Eu choro. Choro quando eu chego ao ponto desejado. Choro ao realizar. Choro ao sonhar. Choro com tudo o que me invade. Choro quando me emociono. Choro com uma palavra doce. Choro com uma mais dura. Choro quando sinto o quanto mereço. Choro quando vejo o quanto deu certo. Choro na expectativa. Choro na alegria. Choro no amor. Choro na decepção e na dor. Choro na perda. E choro quando eu recobro a esperança e sinto que eu renasci tantas vezes.

Chorei ao lançar o primeiro álbum da vida. Chorei com cada música que eu fiz. Chorei com cada arranjo. Chorei com as histórias vividas. De formas diferentes e por motivos diversos. São oito músicas, mas chorei muito mais vezes do que isso. E vou chorar mais. Por tanto. Por tudo.

Sempre que eu ouço o meu disco autoral eu me lembro do dia em que ele nasceu e me vi aos prantos. Eu choro. Eu chorei. E vou chorar se você me contar o que achou e seguir as páginas nas plataformas digitais para dar o apoio a quem faz música de forma independente.

"Ciclos" é o meu primeiro álbum da vida e ele tem oito músicas autorais. O disco foi inspirado em relações amorosas e suas diferentes fases. Apresenta uma linha emocional, desenhada da primeira à última música, passando pelas fases da superação, descoberta, esperança, encantamento, desejo, tristeza, fé e renascimento. 

As canções do disco são "Sem nós", "Beiradas", "Atalho", "Ele", "Suas pintas", "Meu nome hoje é saudade", "Meu guia" e "Pó".

Ouçam na sequência e de coração aberto! 💗


Álbum Ciclos no YouTube- https://youtube.com/playlist?list=PL-6CuP_R2o2fhCh73FhFozHASPf3wkgCT






4 de dezembro de 2020

O lado

Dia desses, eu estava deitada e olhei para aquele lado esquerdo logo ali. Naquele instante, voltei num tempo nem tão distante. É doido pensar como pequenas situações podem nos provocar aqueles minutos que nos impactam e mexem tudo por dentro. E aquele momento nos joga naquele tempo hoje ausente e nos faz lembrar do espaço ocupado anteriormente. 

O espaço vazio daquele lado esquerdo nem sempre esteve tão presente nessa ausência, nesse silêncio que o mundo nos impôs ao nos deixar trancados do lado de fora e do lado de dentro. Aquele espaço foi ocupado nesse momento do novo. Ele veio com todo esse novo do mundo. Mas ele nem parecia estar mais na memória, antes desse meu mergulho de volta ao tempo em que o tempo, naquele tempo logo ali atrás, fazia sentido. Fazia sentir. E parecia sentir junto. 

Mas aí a gente se dá conta de que aquele tempo correu. Por falta da escolha no tempo. Daquele compartilhado por querer. Que, de repente, se torna escolha de um, vazio de outro. E aí a gente se toca do vazio que, antes, existia e que o que a gente queria era preencher. Preenchido. Vivo na presença. E, aos poucos, se estabelece como presença assumida. E depois some. Evapora. E, então, perde o sentido, quase se desfaz no ar. Vira ar. E voa pra longe. Pra onde nem tem mais lugar.

É doido também pensar como esses ciclos são vividos regularmente. Nascem, crescem, envelhecem e morrem. Um morre pra renascer num outro ciclo que se refaz, que se renova nas novidades e pode morrer ou não.

No início, olhei saudosamente aquele espaço ali. Queria a simplicidade de apenas ser e estar. E aí tentei justificar, rever, prever. Até descobrir que aquele vazio poderia estar ali. O espaço era meu. Só meu. E, pra ocupar esse lado, é só merecimento. Fazer por merecer. Merecer. 



25 de novembro de 2020

Como ou por que?

Na vida, em alguns momentos, uma pergunta persiste em nossa mente: como fazer determinada coisa? As ideias surgem, criamos e regamos os nossos desejos, construímos os projetos e nos entregamos ao "como" para buscar as realizações. 

A questão é que, diante das exigências do mundo atual de que precisamos antecipar os próximos passos - isso mudou nos últimos meses por conta do que vivemos no mundo - podemos nos colocar numa prática que pode perder o sentido. Nem todo mundo aceita essa "pressão" de realizações externas, mas ela existe em vários formatos. 

Há tanta informação, tanta sugestão no ar. Faça isso e seja aquilo. Invista naquilo e seja isso. Seja. Descubra como por aqui. Pelo caminho que podemos oferecer. Quem nunca viu algo assim que, por diversas vezes, toca naquele ponto lá no fundo que vai nos fazer pensar que seria o início de uma solução tão esperada? E, dependendo do nosso momento, nos jogamos mesmo.

Mas as perguntas primárias que seriam importantes antes de uma decisão de ação assim poderiam ser: por que e para que fazer a coisa determinada? Qual o motivo?  Qual a expectativa clara e real para isso? 

A urgência da vida nos faz, às vezes, agir sem saber porque exatamente estamos por aquele caminho. Quem indicou? Onde buscamos referências? Por que? Por que esse? Talvez seja bom pensar nesses detalhes, sem o automático da escolha. Para alguns, talvez seja uma boa escolha pensar assim. Talvez, para outros, não. E tudo bem. Mas pode ser que estejamos no "como fazer" para atender mais as expectativas externas do que os desejos legítimos. 

O bom é estar consciente no presente e entender o que quer e o que sente. E o porquê pode nos ajudar a seguir por um caminho que vai apresentar algo que nos transforme, mesmo que bem pouquinho, contribua para a vida, ajude com algum crescimento ou alguma reflexão. Se não for assim, não sei não. 



18 de novembro de 2020

O outro

Nessa retomada aqui, quero escrever um dia por semana, pelo menos. Talvez dois. Numa semana de muita inspiração, pode ser até três. É o espaço onde posso me expressar e também receber o olhar, a vivência e a opinião do outro - no caso, de quem vem aqui. 

A vida, na verdade, é assim: eu e o outro. Um inserido no outro. Um como parte do momento do outro. Seja lá quem ele for. Cada qual dentro da especificidade em que eu determinei para ele na minha vida ou na qual ele se faz presente. Os outros, na verdade. A cada passo, um outro pode surgir. A cada dia, um outro pode se apresentar. E outro, e outro, e outro.

O outro dentro. O outro fora. Num movimento interno e externo que, muitas vezes, nos confunde. E nos confunde porque, algumas vezes, damos ao outro a importância de conduzir a vida. Nos adequamos. Nos encaixamos. Nos confortamos com o que vem dele. Por ele. Para ele. 

Isso, muitas vezes, não fica nítido. Não nos parece que estamos virados totalmente ao outro, deixando à sombra o que deveria reluzir de nós. É só uma forma de não brigar, pensamos. É a melhor maneira que encontrei para que ele não se vá, refletimos. É o certo porque estamos aqui para ser um, acreditamos.

Mas é para ser cada um com a sua parte junto e cada parte o todo. Nunca sozinha. O todo para ter a possibilidade de divisão ou de manter as singularidades. Não é se iludir com a ideia do indivisível. A ideia é de junção. O meu mais o do outro. Soma. Adição. Um peso para duas medidas. Na mesma direção.

É difícil, eu bem sei. É, na verdade, aquele sempre "um dia por vez". E, lá no fim, é possível que a vida nos faça ver que escolher o menos pode ser como ficar com e sem o nada. Aí, sim, tudo vira só uma parte de solidão. E, no caso, a que, provavelmente, vai chorar.



11 de novembro de 2020

Cada um com seus amores

A vida mudou bastante este ano. Na forma de viver, de conviver, de se relacionar, em tantos formatos. Até de amar. Amar não só no sentido romântico. Mas no sentido mais amplo de se dar, se doar, deixar de olhar apenas para si, de virar-se para o outro e zelar por ele. E tudo isso na solidão ou na solitude. Na diminuição dos espaços. No mínimo. Na pausa. 

A mudança e o manter-se nesse caminho, no entanto, dependem das escolhas de cada um. Talvez, para alguns, a vida mostre que chegou a hora de novas diretrizes, de ampliar os limites, de fazer escolhas corajosas para viver. Apenas para permitir-se viver.

Sem o subterfúgio das intenções, o medo dos movimentos sem previsões, o desejo do controle inventado. Porque, de fato, não há controle, não há certeza do que será ou virá. Ou até mesmo o que cada um viverá. E nos privamos de sentir por achar que as dores já vividas podem voltar. Mas, na verdade, nada será como antes. 

Nada se repetirá. Nem agora e nem depois. Nem as dores. Nem as alegrias. Nem as pessoas. Essas chegarão e terão outras cores, outros sabores, outras intensidades. Virão por diversos caminhos, outras estradas, outras áreas, outras delimitações. 

Não há certeza de como pode ser cada uma das escolhas. Boa ou ruim. Clara ou escura. Mas terá imperfeição em algum momento, isso sabemos. Com as possibilidades de ajustes possíveis à perfeição e com a noção de que essa perfeição não chegará. Serão necessárias as concessões de afeto. 

É verdade que alguns podem preferir se manter no lugar onde estavam antes disso tudo. Não assimilar as mudanças. Deixar pra lá e esperar tudo isso passar. No movimento antigo de se segurar, não ver, simplesmente por não querer. Por saber que, uma hora, isso também vai passar. Porque vai passar. E tudo bem não querer mudar. Vai passar isso também.

Pra mim, o importante, nesses tempos atuais, é a sintonia. Mais do que nunca. É ter ideias que se encontram. Ter desejos que se alinham. Ter detalhes tão parecidos numa inevitável parceria. Ter liberdade para ser dois. Juntos. 

A vida continua a nos mostrar que uma coisa não mudou: cada um com as suas escolhas. Cada um com sua vida. Cada um com as suas possibilidades de amores. 

E o que mudou para você?



12 de julho de 2019

Aprender a dividir o tempo


Às vezes, a vida entra numa batida desenfreada e a gente já não consegue manter uma regularidade em algumas coisas. Outras ficam à frente por motivos diversos, porque vamos acumulando essa e aquela e aquela habilidade e somando esse e aquele resultado. Mas, no fim, a gente sempre volta ao que ficou um pouco para trás, busca o reequilíbrio e tenta recolocar as coisas nos eixos.

É assim que a vida me deixa longe, algumas vezes, daqui. Talvez como todos nós em algum momento, né? O tempo vai se sobrepondo e vamos abraçando o mundo com os braços de uma vez. E vamos buscando novos caminhos, sonhando mais, desejando mais, iniciando outras estradas. E até parece desleixo, ou falta de atenção, ou falta de cuidado. Mas não é. Não é mesmo. É falta de aprender a dividir bem o tempo.

Muitas das coisas que ficam de lado poderiam ser encaixadas no tempo que temos apenas pelo simples fato de organizarmos o que precisamos fazer. Parar, colocar no papel os compromissos e estabelecer como resolvê-los dentro de um determinado período. E isso é possível.

Não é fácil, na maioria das vezes. São tantas coisas para desviar do caminho, atrair a nossa atenção, prendê-la por minutos em algo aleatório que nem fazia parte do dia. Compromissos assumidos, novos desafios, a velocidade do tempo. Aquela correria que, muitas vezes, seguimos e nem precisávamos deixar que ela nos levasse assim.

Mas o que fazer com tudo isso? Com tantos e tantos? Como buscar o reequilíbrio e ajustar tudo dentro do nosso possível? Essas são perguntas que minha mente, muitas vezes, se faz. E aí vem o tempo corrido do que já se sobrepõe ao minuto que passou e preciso seguir com o que está à frente.

Não sei quem anda assim. Não sei quem se sente assim. Provavelmente a organização de alguns possa contribuir com a falta de organização e a vida corrida de outros. Quem quiser compartilhar ideias sobre isso, seja bem-vindx! 

Saudade daqui sempre ;) 

Sem nós

Uma das minhas realizações da vida foi o lançamento do meu álbum "Ciclos", como já falamos aqui. O disco apresenta oito canções au...